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POR QUE FAÇO TEOLOGIA?


            Numa conversa dessas que temos com amigos, dessas que começam no futebol e acabam em discussão política ou filosófica. No caso dessa que descrevo acabou em discussão teológica.
            Almoçamos juntos num sábado e nenhum de nós tínhamos presa ficamos à mesa. Santo ócio. E a conversa foi fluindo (foi fôndo! Como gosta de brincar o Raphael). Num dado momento me vi discutindo sobre a existência de Deus com aqueles amigos. Quando me dei conta do rumo da conversa me calei e me pus a observar.  E me orgulhei dos amigos que tenho. Os argumentos eram bons. Um falou da criação e da perfeição do universo e concluiu que isso não podia ser fruto do acaso. Outro falou da necessidade da existência de um principio e que necessariamente o universo precisaria ter tal principio, pois este não é eterno. E disse que tal principio é Deus.
            Então olharam para mim. E foram logo perguntando o que você diz disso tudo? Que argumentos você usará para provar a existência de Deus? Nenhum eu disse. Mas como? Você não esta estudando teologia? Sim eu disse, vou dizer a vocês por que faço teologia. Então tomei de empréstimo o pensamento de Rubem Alves e comecei a dizer:
       “Se houvesse provas eu não precisaria fazer teologia. Quando vou à praia não necessito munir-me de provas da existência do mar e provas da existência do sol. Na praia não penso nem sobre o sol e nem sobre o mar. Simplesmente gozo, usufruo.
         Quem precisa de provas da existência do mar e do sol são os habitantes dos infernos, onde não existe nem sol e nem mar.”[1] Eu me relaciono com Deus o escuto e Ele me escuta. Não preciso de provas de que vocês estão aqui. Eu sei.
            E é verdade! Não faço teologia para provar que Deus existe. Faço para me aproximar mais Dele. Não tenho pretensões de resolver o mistério. A minha pretensão é outra. E sinceramente a julgo mais sublime. Minha pretensão é ser um arauto do mistério. Facilitador do encontro do humano com aquilo que ele tem de mais humano, pois é ai que mora Deus. E se num dado momento você olhar a lua, ou as estrelas ou se por acaso contemplar uma flor, ou um pássaro ou ver uma criança que brinca, ou um casal de velhinhos de mãos dadas e ficar enternecido. Então alegre-se, pois estará começando a fazer contato com seu lado misterioso. Então finalmente entenderás porque tenho tanta certeza de que Deus existe.
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[1]  (Rubem Alves: sobre deuses e caquis in:Rubemalves.com.br acesso: 03/09/2010)